Nos dias de hoje, seja pela contínua globalização dos mercados, pela alucinante evolução tecnológica, seja pela necessidade de cumprimento de imposições legais, ou pela necessidade de respeito pela opinião pública dos seus diversos stakeholders, mais do que nunca, as organizações enfrentam exigentes desafios de competitividade. Hoje, as organizações, assistem a um crescente nível de complexidade ao nível da gestão dos seus sistemas, operações e projetos, que estão por de trás da realização dos seus objetivos e estratégias, rumo ao sucesso e sustentabilidade.
Na prática, vive-se numa realidade empresarial, afetada diariamente por riscos das mais diversas naturezas, que vão desde aspetos sociais, económicos, políticos e legais, até a riscos relacionados com as tecnologias, estratégia, reputação, planeamento, eficiência de operações, otimização de custos, recursos humanos, promoção do negócio, entre muitos outros. Cada um destes riscos, individualmente e num todo, afetam diretamente os objetivos das organizações, a sua performance e as suas atividades, levando a que os métodos por detrás da gestão, assumam um lugar de destaque, criando uma clara necessidade de as organizações se adaptarem a estas novas realidades. As organizações necessitam de deixar de ser e ter ilhas isoladas, necessitam de gerir o seu negócio como um todo, que é afetado por um todo de eventos que condicionam a obtenção dos seus objetivos e a realização das suas estratégias.
Neste âmbito, a Gestão de Riscos, pretende assumir-se como o alicerce das organizações, que dá um suporte integrado ao todo que representa o negócio, objetivos e estratégias, enquanto génese dos seus sistemas, operações e projetos, que são afetados por riscos das mais diversas naturezas.
Considere-se o exemplo de uma empresa que tenha como objetivo internacionalizar o seu negócio, passando a sua estratégia pela qualidade do seu produto e reforço da sua produção. Tal objetivo, logo à partida, trará consigo a necessidade de alargar capacidades produtivas e comerciais. Mas ficará por aqui o desafio deste projeto? Objetivamente não.
Um projeto que internacionalização acarreta riscos que afetam as operações diárias do negócio. Por um lado, a empresa deverá conhecer os riscos de mercado que poderão condicionar o seu projeto. Aqui, será necessário perceber, por exemplo, os riscos sociais (qual o perfil cultura e demográfico dos consumidores, que condicionam a adesão ao produto), os riscos económicos (que concorrência existe, qual o poder de compra do mercado), os riscos tecnológicos (se o nosso produto necessitará de alguma tecnologia completar para ser utilizado, que não esteja disponível), ou os riscos políticos e legais (em termos de tendências de legislação e estabilidade do mercado, para que a empresa possa desenvolver estavelmente o seu negócio).
Por outro lado, internamente, a empresa irá incorrer em riscos de gestão e desenho do layout produtivo (de modo a conciliar a introdução de um reforço da produção ou novas característica de produto), riscos de planeamento e orçamento (que esforço financeiro irá exigir o projeto e qual deverá ser a politica de preços), riscos de abastecimento (necessidades de reforços de fornecimentos externos, que evitem interrupção de serviços, ou que até possam contribuir para um maior poder de negociação), ou riscos tecnológicos (novas necessidades de meios produtivos, ou atualização de meios atuais).
Todos estes fatores e muitos outros poderão e deverão efetivamente afetar um projeto de internacionalização, afetando o objetivo maior de uma organização num projeto deste género: vender mais e obter mais resultados. Aqui, a gestão de riscos, atuando nos nossos sistemas e operações, apoiará à gestão a definir um plano de ação, onde além de contribuir para a melhoria contínua do negócio, previne o impacto dos eventos que possam condicionar os seus objetivos, protegendo previamente a sua obtenção. Desse plano de ação, adicionalmente, a gestão de riscos continuará num processo de monitorização dos riscos, dos sistemas, das operações e da performance, acrescentado um fator chave de sucesso: a capacidade de adaptação à volatilidade do meio empresarial e a melhoria continua.
A Gestão de Riscos, não se pretende apresentar como uma varinha mágica para o sucesso das organizações, seja porque o risco nunca é zero ou porque o mundo empresarial está em constante evolução, seja, pelas suas próprias limitações de efetividade quando é implementadas. No entanto, é claro o valor acrescentado que esta ferramenta proporciona às organizações, seja na proteção perante eventos que condicionam os seus objetivos, seja numa fase maior maturação, na potenciação dos resultados efetivos do negócio.