O Dia Nacional da Energia, celebrado a 29 de maio, visa alertar e sensibilizar os cidadãos, empresas, organismos e entidades do Estado para a necessidade de desenvolverem estratégias sustentáveis de eficiência energética, fomentado uma utilização mais sustentável dos recursos.
A sustentabilidade e preservação do ambiente constituem uma das prioridades presentes na gestão empresarial, traduzindo-se numa transição energética mais eficiente.
Em Portugal, segundo dados da PORDATA, o consumo de energia final contabilizava, em 2020, 15.2 tep (tonelada equivalente de petróleo – milhões), sendo cerca de 4.5 tep atribuídos ao consumo no sector da indústria e 2.1 tep no setor dos serviços. Comparando com dados do ano 1990, o setor da indústria manteve os níveis de consumo energéticos ao passo que nos serviços o consumo mais do que triplicou no mesmo intervalo de tempo. Isto significa que 43% do consumo energético em Portugal deriva destes dois setores, registando-se uma subida no nível de dependência energética.
É neste contexto que surge a necessidade de analisar potenciais riscos energéticos associados a perdas reais, potenciais derivadas ou custos de oportunidade decorrentes de uma dependência excessiva, não gestão de alternativas ou implementação de procedimentos legalmente exigidos de eficiência. A acrescentar a esta lista temos também o risco de não adequação dos produtos a requerimentos legais e/ou guidelines de desenvolvimento sustentável.
A análise dos riscos energéticos e gestão estratégica dos mesmos nunca foram tão necessárias como agora, tanto para minimizar prejuízos, como para contribuir para as metas impostas pelos vários acordos celebrados entre os países da União Europeia. Em 2020, Portugal encontrava-se em 5º lugar na tabela de Contribuição das energias renováveis no consumo de energia final, quando comparado com os restantes países da UE, sendo 34% do consumo final de energia derivado de fontes energéticas renováveis.
A busca pelo consumo energético sustentável desencadeia, também, novas medidas de combate contra o risco reputacional de a empresa na definição do negócio, não ser capaz de dar resposta aos desafios de desenvolvimento sustentável das populações locais, originando uma erosão da reputação da marca e perda no diferencial face à concorrência. Afinal, os consumidores estão consciencializados para a necessidade de alternativas verdes às fontes energéticas atuais, e essa visão da sociedade moderna tem impacto na imagem percebida pelos diferentes públicos. Cabe a cada um de nós, cidadãos e organizações, mudar os nossos hábitos de consumo e investir em novos métodos inovadores contribuindo para um estilo de vida mais sustentável. Analisar, gerir e prevenir riscos energéticos é um dos passos fundamentais no longo caminho que as organizações têm pela frente, na luta por um mercado e uma sociedade mais verdes.